Direção: Walter Carvalho e Evaldo Mocarzel
Sinopse: Raul Seixas viveu o rock no Brasil em sua plenitude. Desde a adolescência na Bahia dos anos 50, ele definiu seu gosto musical, descobrindo e imitando os cantores de rock americanos. O documentário retrata as diversas facetas de Raul, suas parcerias com Paulo Coelho, seus casamentos e tenta desvendar a enorme comunicação que suas músicas estabelecem com uma legião de fãs que ele mobilizava e continua mobilizando ainda hoje, quase 20 anos depois de sua morte.
Raul Santos Seixas (Salvador, 28 de junho de 1945 — São Paulo, 21 de agosto de 1989) emplacou como seu primeiro sucesso Ouro de tolo, em 1973, faixa incluída em seu primeiro LP solo Krig-há, Bandolo!, do mesmo ano e que incluiu outros êxitos, como Metamorfose ambulante, Mosca na sopa e Al Capone (com Paulo Coelho). Seu sucesso se consolidou com os três LPs seguintes, Gîtâ (1974), Novo aeon (1975) e Há dez mil anos atras (1976). Mudando-se em 1977 para a Warner (que inaugurava sua filial brasileira), gravou três LPs: O dia em que a terra parou (1977), que inclui Maluco beleza (com Cláudio Roberto), que se tornaria um hino da geração hippie, Mata virgem (1978) e Por quem os sinos dobram (1979). Apesar de crescentes problemas de saúde e varias trocas de gravadoras, manteve o prestigio e o sucesso em quase todos seus LPs seguintes: Abre-te sésamo (CBS, 1980), Raul Seixas (incluindo sucessos como Capim-guiné, com Wilson Ângelo, e Carimbador maluco, este incluído no musical infantil Plunct, Plact, Zumm, da Rede Globo, Eldorado, 1983), Metrô linha 743 (Som Livre, 1984), Uah-bap-lu-bap-lah-bdim-bum! (Copacabana, 1987), A pedra do Gênesis (Copacabana, 1988) e A panela do Diabo (em dupla com Marcelo Nova, um de seus maiores discípulos e líder do Camisa de Vênus; Warner, 1989). Seus outros sucessos incluem Como vovó já dizia (com Paulo Coelho, 1975), Rock das "aranha" (1980) e Cowboy fora-da-lei (1987). Com público dos maiores e mais fiéis, foi o primeiro artista brasileiro a ter um LP organizado e lançado por um fã-clube, a coletânea de gravações raras Let Me Sing my Rock-and-roll (1985, mais tarde encampada pela Polygram com titulo Caroço de manga), e mesmo após sua morte continua exercendo influência, com músicas regravadas por diversos artistas.
Raul Seixas - álbum Gita (1974)
Faixas:
01 - Super-Heróis 00:00
02 - Medo da Chuva 03:13
03 - As Aventuras de Raul Seixas na Cidade de Thor 06:12
04 - Água Viva 09:57
05 - Moleque Maravilhoso 11:57
06 - Sessão das 10 14:16
07 - Sociedade Alternativa 16:29
08 - Trem das 7 19:22
09 - S.O.S. 22:04
10 - Prelúdio 25:10
11 - Loteria da Babilônia 26:24
12 - Gita 28:55
1) Para descobrir como nasceu a miscelânia do rock nacional: O baiano, desde criancinha, era fã de Elvis Presley e James Dean e resolveu importar para a periferia de Salvador as sonoridades que curtia.O documentário mostra imagens antiguíssimas, de Raul e seus amigos se divertindo fazendo covers de sucessos internacionais. A medida que o tempo vai passando, o filme aponta a inclusão dos regionalismos que abalaram para sempre a musicalidade de Raulzito, como o baião, o samba e chorinho. Elementos que transformaram para sempre o noss rock´n´roll nacional.
2) Para entender (pelo menos um pouquinho) o processo criativo do Maluco Beleza: Nem o mais longo filme conseguiria decifrar todas as facetas da metamorfose ambulante que era Raul Seixas. No entanto, muitos trechos do documentário dão pistas de pessoas, fatos e elementos – como a musicalidade do sertão, a admiração por Elvis Presley, o envolvimento com uma seita satânica, um currículo recheado por ex-mulheres e ex-companheiras - que influenciaram diretamente a mente e alma do cantor e que o transformaram em um dos principais artistas da música brasileira.
3) Para conhecer detalhes sobre a parceria entre Raul e Paulo Coelho: Se havia algum mistério não desvendado sobre a amizade de Raul e Paulo, o documentário trata logo de escancarar. Até aqueles que não curtem a figura do Mago acabam se rendendo a sinceridade com que ele conta causos, brigas e o nascimento de sucessos. Os depoimentos do escritor variam do hilário ao emocionante, principalmente quando ele assume que foi o responsável por apresentar todos os tipos de droga para Raul Seixas. Recentemente, uma das filhas de Raulzito, Viviane, afirmou em entrevista à Folha de S. Paulo que Paulo Coelho nunca foi amigo de seu pai. No entanto, antigas gravações mostram que, entre os dois, rolou muito mais do que uma parceria artística.
4) Para conferir o impacto que Raul Seixas provoca até hoje em seus fãs: Uma praça lotada de malucos beleza, um homem que perdeu a mulher por conta de sua paixão pelo ídolo, um fã que guarda até hoje o tênis preferido de Raul Seixas e trajes usados pelo artista em clipes e shows. Esses são apenas alguns exemplos da influência que Raul ainda causa entre seus admiradores, histórias mostradas no filme e que impressionam. Mesmo 13 anos após a sua morte, a voz e os ideias de Raul ainda encontram muito espaço entre o público brasileiro.
5) Para tirar suas próprias conclusões sobre os últimos shows de Raulzito: Com a saúde debilitada e sem gravadora para lançar suas músicas, Raul Seixas quase passou maus bocados, se não fosse pela ajuda de Marcelo Nova, artista que o convidou para voltar aos palcos. O sucesso da parceria fez com que Raul assinasse um contrato para fazer 50 apresentações em pouco mais de dois meses. Isso significava o retorno para a maratona de drogas e rock´n´roll. Na manhã seguinte de um desses shows, o cantor foi encontrado morto pela empregada. O fato abriu precedentes para uma discussão: Marcelo Nova ajudou Raul ou estava apenas se aproveitando de seu sucesso com o público para angariar ingressos para suas apresentações? Nenhuma das fontes participantes do filme conseguiu ou quis responder a questão. Cabe a cada um tirar suas próprias conclusões.
Estreou no dia 23 de março de 2012 no Cine Sabesp e em outras 11 salas exibidoras da Grande São Paulo.
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