(Brasil, 2006)
Direção: Sérgio Rezende
Com Patrícia Pillar (Zuzu Angel), Daniel de Oliveira (Stuart Angel), Luana Piovani (Elke Maravilha), Leandra Leal (Sônia Jones, esposa de Stuart), Alexandre Borges (Fraga, advogado influente), Ângela Vieira (Lúcia), Ângela Leal (Elaine), Flávio Bauraqui (Mota), Paulo Betti (Lamarca), Nélson Dantas (Sapateiro), Regiane Alves (Hildegard Angel), Fernanda de Freitas (Ana Angel), Caio Junqueira (Alberto), Aramis Trindade (Tenente), Antônio Pitanga (Policial), Elke Maravilha (Cantora do cabaré), Ivan Cândido (Capelão), Othon Bastos (Brigadeiro)
Estréia:04/08/2006
Zuleika Angel Jones, ou Zuzu Angel, nasceu em Curvelo-MG em 5 de junho de 1921 e mudou-se ainda menina para Belo Horizonte, onde casou-se com o americano Norman Angel Jones, com quem teve três filhos: Stuart, Hildegard e Ana. Divorciou-se de Norman e passou a dedicar-se à carreira de costureira e depois tornou-se estilista de moda.
Em 1971, quando estava no auge de sua carreira como estilista, fazendo grande sucesso em desfiles em Nova York com roupas de cores, temas e tecidos de inspiração nacional, e tendo Elke Maravilha como uma de suas modelos, Zuzu preocupava-se com o financiamento de sua nova coleção de roupas quando recebeu um telefonema dizendo que um tal "Paulo" havia sido preso. Inicialmente Zuzu achou que era um trote, mas depois lembrou que “Paulo” era o codinome de Stuart, seu filho.
Stuart “Tuti” Angel Jones, codinome “Paulo”, era um militante político socialista desde a época dos movimentos estudantis. Fazia parte do Movimento Revolucionário 8 de Outubro, o MR-8, sendo contra a ditadura vigente, contra os “porcos imperialistas” e contra as “injustiças do mundo”, sendo próximo do capitão e guerrilheiro Carlos Lamarca. Stuart estava casado com Sônia, também ligada aos movimentos revolucionários e que saiu do país para fugir da repressão.
A partir do telefonema que avisava da prisão de “Paulo”, Zuzu Angel inicia uma incansável peregrinação para saber do paradeiro de seu filho, indo ao Exército, à Marinha e à Aeronáutica, estabelecendo contatos com a Anistia Internacional, e até com informantes que trabalharam para o regime militar.
Zuzu descobre que Stuart foi seqüestrado, torturado e assassinado por agentes do Centro de Informações da Aeronáutica ao recusar-se a informar o paradeiro do capitão Carlos Lamarca, sendo dado como desaparecido político.
A partir desta descoberta, Zuzu mudou o estilo das roupas que confeccionava, que passam a incorporar um tom de protesto e denúncia contra a ditadura militar, com cores mais fortes e estampas de gaiolas, prisões, jaulas e mordaças.
Zuzu incomodou tanto o regime militar que acabou morta em um acidente de carro, em 1976. Duas décadas depois, uma investigação tardia do Congresso Nacional concluiu que a morte de Zuzu tinha sido provocada intencionalmente por sujeitos ligados às Forças Armadas.
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