Na agitada década de 1960, ele se igualou ao recorde dos Beatles de 24 sucessos nas paradas britânicas, passando 332 semanas com suas canções tocando nas rádios do Reino Unido. O segredo era a boa voz e talento mesclado a boa aparência e masculinidade despretensiosa. A receita ideal para o ritmo que estava abalando as estruturas da América do Norte.
Nascido num hospital de Liverpool, Fury começou a assistir aulas de música no piano na adolescência. Aos 14 anos comprou sua primeira guitarra. Aos 15 já era líder de uma banda, ao mesmo tempo em que dividia o tempo entre o serviço de estivador e pequenas apresentações. Com 18 anos entrou num concurso de caça talentos e passou a escrever suas próprias canções.
Numa apresentação do cantor Marty Wilde, durante concerto em Birkenhead, tentou entregar algumas de suas letras. Mas ocorreu o contrário. O empurraram para cima do palco. O empresário Larry Parnes percebeu que estava diante de uma mina de ouro e o contratou rapidamente, lhe batizando artisticamente de Billy Fury (o nome original era Ronald Wycherley).
Suas primeiras apresentações, com gestos sensuais, atiçou a ira da censura, como ocorreu com Elvis Presley nos Estados Unidos. Segurou a bola. Em 1959 lançou o primeiro single de sucesso, pela Decca Records, “Maybe Tomorrow”. “No ano seguinte chegou ao nono lugar na UK Singles Chart com o hit “Colette”, seguido da composição” That´s Love”. Lançou o primeiro álbum The Sound of Fury.
Para garantir mais dinheiro na conta corrente, o empresário Parnes realizou alguns testes em Liverpool em busca de novos talentos. Ali ele encontrou um rapaz que recusou o trabalho para ganhar 20 libras esterlinas para tocar numa banda chamada Silver Beetles. Ele só foi embora após pegar um autógrafo de Billy Fury. O jovem era John Lennon.
A grande jogada de Fury foi centrar fogo em baladas do que em Rock and Roll. São dessa época o lançamento de “Halfway to Paradise” e “Jealousy”. As duas canções chegaram ao terceiro e segundo lugares, respectivamente, nas paradas de sucesso da Grã-Bretanha. Ele certa vez explicou que não desejava ser reconhecido apenas como cantor de Rock, mas de outros ritmos.
Os executivos da Decca Records, de olhos no baú de ouro de Fury, tomaram a decisão de transformá-lo em ídolo teen, após a gravação do hit “My Christmas Prayer". Os anos de 1962 e 1963 foram os melhores de sua vida artística, com Fury aparecendo em diversos programas de televisão e filmes. O álbum Fury´s We Want Billy (1963) foi um dos primeiros discos gravados ao vivo da história do Rock britânico. Nele estão diversas regravações, entre as quais o R&B “Unchain My Heart”.
Após aparecer no filme I´ve Gotta Horse (1965), e gravar sua trilha sonora, Fury trocou a Decca pela Parlophone Records. Ali emplacou os hits "It's Only Make Believe" e "I Will" (ambas compostas por Dick Glasser. Depois veio “In Thoughts of You”. Ficou de molho até 1967. De 1972 a 1976 enfrentou diversas cirurgias para sanar problemas do coração. Mesmo assim continuou popular, com a canção “I Will” estourando nos Estados Unidos na voz de Dean Martin.
Na década de 1980, Fury tentou colocar nas paradas o hit” Be Mine Tonight”, mas não obteve êxito no Reino Unido. Em 1981 sofreu acidente quando trabalhava em sua fazenda, quase morrendo. No final daquele ano voltou a fazer turnês, lançando dois singles, “Love or Money” e” Devil or Angel”. Entre 1981 e 1982 ficou na Polydor Records, gravando o álbum The One and Only, lançado após sua morte. Infelizmente a saúde debilitada impediu que Fury fizesse muitos shows. A última apresentação ocorreu em Sunnyside, Northampton, Grã Bretanha, em dezembro de 1982. Morreria em janeiro do ano seguinte após retornar do estúdio de gravação em Londres.
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