Ó Abre Alas é a composição mais conhecida da compositora, maestrina, pianista, abolicionista, republicana e feminista Chiquinha Gonzaga.
Chiquinha Gonzaga, que escandalizou a sociedade carioca de sua época com seus ideais libertários e com a popularização do samba como música genuinamente brasileira.
Jovem, foi obrigada pelo pai, Basileu, um militar rígido, a casar-se com Jacinto, um homem que, apesar de amá-la, privava Chiquinha de sua maior paixão, a música, ao sentir que seu casamento é preterido pelos ideais de sua esposa. Chiquinha, não hesita em deixar o marido para viver com o seu grande amor, o músico João Batista, um homem liberal que mantém uma relação mal resolvida com Suzette, a proprietária do maior salão da corte.
É entre a classe artística marginalizada que Chiquinha Gonzaga encontra o apoio para compor e vai tornar-se a primeira compositora e maestrina do cenário brasileiro do final do século XIX.
Tinha Chiquinha cinquenta e dois anos, já avó, e foi justo no ano dessa composição que inicia o romance com o jovem português João Batista Fernandes Lage, então com dezesseis anos e aprendiz de música.
A canção foi feita para o cordão carnavalesco Rosa de Ouro, citado na letra. O sucesso é considerado a primeira marcha carnavalesca da história. Na época Chiquinha morava no Andaraí.
Não refutou o pleito que resultou na vitória do Cordão no carnaval. Era comum, naquele tempo, os cordões entoarem versos que anunciavam sua passagem, e a marcha de Chiquinha antecipou um gênero que só veio a se firmar duas décadas após.
Entre os anos 1901 e 1910 foi tema de peça de teatro e grande sucesso nos carnavais, tornando-se símbolo do carnaval carioca.
Foi gravada em 1911 pela banda da Casa Faulhaber & Co, num disco de 78 rpm.
A vida de Chiquinha Gonzaga foi o tema de uma minissérie da Rede Globo em 2005, com Gabriela Duarte e Regina Duarte no papel da maestrina.
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