quarta-feira, 17 de junho de 2015

Moacir Santos - Coisa No 5 (Nanã)

Moacir Santos nasceu em Pernambuco, em 1923. Desde cedo envolveu-se com música, mas enfrentou dificuldades diversas tendo viajado praticamente sozinho por todo o sertão. Em 45 foi para a paraíba onde tocou na banda da Polícia Militar e na Jazz Band da Rádio Tabajara. Três anos depois ele estava no Rio de Janeiro, onde trabalhou na Rádio Nacional e como músico da noite. Nessa época estudou teoria musical com o maestro Guerra Peixe e com o pesquisador alemão Hans Joachim Koellreuter. Entre 54 e 56 trabalhou em São Paulo como maestro e arranjador da orquestra da TV Record. De volta ao Rio, retomou suas atividades na Rádio Nacional e tornou-se maestro da gravadora Copacabana Discos.
Em 65, Moacir gravou seu primeiro disco autoral intitulado Coisas pela gravadora Forma de Roberto Quartin. Gravadora pequena que se propunha a lançar discos experimentais, a Forma durou três anos e lançou apenas dezoito discos, sendo Coisas o mais importante entre eles. São dez temas instrumentais que misturam samba, maracatu, ritmos africanos, jazz, xaxado, baião, música caribenha... Mistura é a palavra que define a proposta desse disco. Os arranjos se sucedem numa ambientação sonora plácida e, ao mesmo tempo inquietante. Nas palavras de Ruy Castro, o ouvinte se depara com tambores africanos filtrados pelo Beco das Garrafas, em Copacabana. Apesar da sua importância, Coisas permaneceu muitos anos fora de catálogo.
Algumas músicas ganharam letras e se tornaram famosas independente do disco, como Coisa n. 5 que foi regravada por inúmeros cantores do Brasil e do exterior com o título de Nanã. Ou Coisa número 6, que recebeu letra de Vandré e se tornou Dia de Festa.
Em 67 Moacir se mudou para os Estados Unidos onde permaneceu por praticamente 40 anos trabalhando em trilhas de cinema e acompanhando nomes importantes do jazz, como Horace Silver. Gravou outros discos autorais, mas seu grande legado ainda é o disco Coisas, um marco da música instrumental brasileira. Falecido em 2006, Moacir Santos viveu o suficiente para ver seu trabalho reconhecido no Brasil.
Em 29º. Lugar entre AS 100 MAIORES CANÇÕES BRASILEIRAS DE TODOS OS TEMPOS, segundo a revista Rolling Stone está “Nanã”, clássico escrito por Moacir Santos e Mário Telles. A canção se tornou um grande sucesso na voz de Wilson Simonal em 1964 e, a partir de então, conquistou o mundo, merecendo centenas de versões.
No ano seguinte, 1965, o próprio compositor Moacir Santos, no álbum “Coisas”, procurou dar à sua “coisa” a forma definitiva e para tanto rebatizou-a como “Coisa n. 5”, onde deu à música um tratamento a um só tempo erudito e popular, dotado de melodia bem brasileira forte marcação rítmica e rica textura instrumental.
Procurando dar maior ênfase a segunda proposta escolhi apresentar as interpretações do próprio compositor Moacir Santos e a da cantora Nara Leão.
Coisa nº 5 (Mário Telles - Moacir Santos) - 02:27

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