quarta-feira, 8 de abril de 2015

Billie Holiday - Strange Fruit

Billie Holiday nasceu em 7 de abril de 1915, na Filadélfia, como Eleanora Fagan e cresceu na cidade de Baltimore. Seus pais, na época adolescentes, nunca se casaram. O pai, Clarence Holiday, que viria a ser um músico bem-sucedido de jazz, mal a conhecia. A mãe, Sadie Fagan, dava pouca atenção à filha. Eleanora cabulava aulas na escola, foi encaminhada a um internato e lá foi estuprada, aos dez anos de idade. Mais tarde, trabalhou como prostituta no Harlem, reduto da comunidade negra em Nova York. No bordel onde trabalhava Eleanora conheceu através dos discos suas únicas influências musicais: a cantora Bessie Smith e o trompetista Louis Armstrong.

Billie Holiday - Love For Sale
Em contraste com o sucesso nos palcos – que a levou ao Carnegie Hall, a uma noite de jazz no Metropolitan Opera House e a uma turnê europeia – Holiday vivenciou dois casamentos fracassados e duas detenções por abuso de drogas.
Ela morreu com apenas 44 anos de idade, vítima de cirrose hepática, causada pelo consumo excessivo de álcool, num hospital de Nova York – vigiada e algemada na cama por policiais do departamento de combate ao narcotráfico. Ela tocou com todos os grandes nomes do jazz de seu tempo. No entanto, nem o amor de milhões de fãs fez dela rica: houve debate até sobre quem deveria arcar com os custos de seu enterro.
Foi uma vida curta, mas com surpreendente produtividade, com centenas de gravações e inúmeras apresentações. Depois do início cambaleante por bares chamados de Speakeasy – estabelecimentos ilegais que comercializavam bebidas alcoólicas durante a lei seca nos Estados Unidos – a sua carreira decolou, de fato, em 1935.
Os sucessos, porém, estavam sempre acompanhados por uma enorme desvantagem: assim como milhões de outros negros, Billie Holiday também sofreu com a discriminação racial. Por causa da cor de pele um pouco mais clara, ela teve que passar maquiagem para um concerto com Count Basie: uma cantora "branca" que se apresenta com um músico negro teria sido um escândalo.
Holiday, "Lady Day", desafiava os estereótipos. As performances com Artie Shaw foram as primeiras de uma mulher negra com uma banda composta por brancos. A cantora, no entanto, só podia usar a entrada dos fundos para o palco e estava proibida de comer com os outros músicos. O sucesso, porém, estava então imparável. Logo, ela estava se apresentando como Billie Holiday and her Band. Em 1947, participou de um filme com o ídolo Louis Armstrong – mas não como ela própria, mas no papel de uma empregada.
Com a canção Strange Fruit, que ela cantou a partir de 1939, Holiday anunciou seu combate direto contra a discriminação. A sonorização de um poema de Abel Meeropol era um testemunho chocante sobre a cultura do de linchamento, então espalhada pelos estados sulistas dos EUA. A gravadora Columbia classificou a música como muito arriscada.
Posteriormente, a gravadora Commodore pegou a música, que viria a ser o maior sucesso da carreira de Holiday e a fez um ícone na esquerda americana e um fenômeno social. Como símbolo do movimento dos direitos civis dos negros, Strange Fruit foi nomeada a "música do século" pela revista Time, em 1999.

Billie Holiday - Gloomy Sunday
A partir de 1940, apesar do sucesso, Billie Holiday, sucumbiu ao álcool e às drogas, passando por momentos de depressão, o que se refletia em sua voz.
Pouco antes de sua morte por overdose de drogas, Billie Holiday publicou sua autobiografia em 1956, Lady Sings the Blues, a partir da qual foi feito um filme, em 1972, tendo Diana Ross no papel principal.
Billie Holiday - God Bless the Child

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